Motor 2 tempos injetado e o futuro do kart

A fabricante de motos KTM vem desenvolvendo nos últimos 2 anos um motor 2 tempos com injeção eletrônica para suas motos de Enduro. As vantagens dessa nova tecnologia são muitas, e podem trazer benefícios também para os karts, dentre elas, maior confiabilidade, adaptações adaptabilidade às diversas condições de regime do motor. Com essa tecnologia também não será mais necessário pré-misturar o óleo ao combustível, que será feito já no motor e nas proporções corretas.
O lançamento dessa tecnologia, junto da nova moto, está previsto para 2018.
Até aqui, esse informação pode não parecer muita coisa, além de não ter relação direta com os karts. Mas não é bem assim.
Os motores 2 tempos são considerados uma "bomba" para o meio ambiente já a alguns anos, muito disso pela sua ineficiência e pela queima de óleo junto do combustível. Até as leis ambientais começarem a ficar mais rigorosas, principalmente na Europa e America no Norte, esse motores eram aplicados em algumas motos de rua, motos de competições, kart, Jet Sky, barcos, entre mais alguns. Com as novas leis, essa aplicação foi reduzindo significativamente, desde com as motos de Cross e Enduro, Moto GP, barcos, e até mesmo moto-roçadeiras deixaram de usar motores 2 tempos. Na maioria destes segmentos, esse substituição ocasionou um aumento de custos, pois extrair a mesma potência relativa e manter o baixo peso dos motores de 4 tempos requer investimento em tecnologias e materiais mais nobres e leves.
Um dos poucos seguimentos onde os motores 2 tempos ainda são predominantes é no kart. Os principais campeonatos do kartismo profissional utilizam motores de 2 tempos, às vezes mais simples, como os motores utilizados no Brasil, outras com muita tecnologia e complexidade, como os motores Rotax e OZ (utilizados no mundial de kart da CIK-FIA). Ocorreram alguns movimentos no passado para que os karts também passassem a utilizar os motores de 4 tempos. A iniciativa da Biland foi uma delas, com motores de 4 tempos com um excelente desempenho. Chegou-se a ter um campeonato de kart só para esses motores no Brasil. Atualmente os motores Honda utilizados na categoria F4 (ou F400) são os mais difundidos com esse ciclo, porém são mais pesados e menos potentes.
A tecnologia desenvolvida pela KTM pode trazer um novo cenário, bem como uma sobrevida para os motores 2 tempos, tornando-os mais eficientes e confiáveis. Os problemas de carburação não existirão mais, dando lugar aos mapas de injeção, e pelo menos um computador em cada box para acertos. A lubrificação será mais eficiente, lubrificando a quantidade certa nos momentos certo e, por consequência, tornará a queima do combustível mais pura, gerando potência com menos emissões. Até mesmo deixar as categorias mais equilibradas pode ser mais fácil, com mapas de injeção iguais para todos os pilotos, e o resultado tem que vir na pista, no braço.
O futuro do kart não será o que é esperado a alguns anos, com a substituição dos motores 2 tempos pelos motores 4 tempos, mas a evolução (e talvez revolução) tecnológica dos motores atuais.

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