Feliz Natal!



FELIZ NATAL!

Muitas felicidades a você amigo que acompanha o nosso blog e o mundo do esporte a motor! Que este momento de confraternização renove sua esperança por um mundo melhor, sua paixão pela velocidade e seu foco em chegar em primeiro!

O treino leva à perfeição

Postei um vídeo novo de um treino não tão "novo" assim lá no YouTube! Infelizmente Só tem 9 minutinhos porque a bateria da câmera acabou. Mas dá pra ver algumas passagens legais. Confere aí!


Esse foi o 4º treino do jogo de pneus que comprei no início de outubro. Foram aproximadamente 4 horas de uso com uma tocada agressiva, não apenas pelo meu estilo de pilotagem, mas também porque andei tentando melhor os tempos de voltas em todas as saída, sem poupar pneu.
O peso maior do motor F4, combinado com dois treinos com o kartódromo no sentido anti-horário, exigindo mais dos pneus do lado direito, fizeram o pneu traseiro direito chegar primeiro ao limite de desgaste. Eu diria que os pneus dianteiros estão em condições de realizar mais 2 treinos, e o traseiro esquerdo mais 1.
Para você que esta planejando comprar um kart, ou já tem um e quer entender melhor do esporte, considere o fator pneu como crítico para realização de seus treinos. As condições dos pneus definem o tempo de volta. Pneus mais gastos são bem mais lentos que pneus novos, em torno de 1,5s.
Esse ano não tem mais treino, hora de revisar a máquina para começar 2017 com tudo em cima.

Kart Próprio - Escolha de equipamento, custos e locais para treino



Muitos pilotos de kart amador têm vontade de ter seu próprio kart, seja apenas para treinos ou para competições, mas sempre há a dúvida sobre os custos envolvidos, equipamento para compra e, posteriormente, como acertar o kart, melhorar o setup.

Escolha do equipamento: para treino, as condições gerais do kart são mais importantes que o ano, assim como em um carro usado. Estado de conservação e quantidade de uso são as principais observações a serem feitas.

Chassis: um chassis mais antigo, pós ano 2000 é um excelente custo/benefício para treinos, pois serão equipamentos baratos para compra, com peças disponíveis no mercado para manutenção, porém não estarão adequados para competições oficiais, organizadas por federações homologadas pela CBA. Pode-se utilizar este chassis em competições amadoras para karts próprios, mas, dependendo da concorrência, o equipamento pode não ser competitivo. Se você estiver disposto a investir no esporte e principalmente competir mais profissionalmente, então um chassis novo é a melhor opção. Os valores para estes equipamentos variam muito, desde R$2.000,00 por um chassis mais antigo usado, até R$6.000,00 por modelos usados mais modernos. Já os modelos novos, 0 km, custam de R$8.000,00 a até R$15.000,00, de acordo com o fabricante do equipamento.

Motores: para este item, as variações são maiores. Quem está saindo agora dos rental, sua adaptação ao kart F4 será mais rápida e mais fácil. Esta categoria utiliza o mesmo motor 4 tempos dos karts de aluguel que, com preparação que, dentro dos regulamentos da CBA chega à potência de aproximadamente 18hp. Suas principais vantagens são o baixo custo de manutenção e elevada durabilidade. Alguns preparadores extraem ainda mais potência deste kart, mas as quebras ficam mais frequentes, a durabilidade das peças reduz. O modelo mais utilizado nesta categoria é o Honda GX390, que pode ser encontrado no mercado por preços entre R$3.000,00 (usado) e R$6.000,00 (novo) já com a preparação CBA.
Um piloto mais experiente e que está disposto a um maior investimento, deve buscar um kart 2 tempos, considerado o kart clássico, com padrões muito semelhantes em todo o mundo. Há diferentes opções de motores para esta categoria, como o KTT (nacional), o Parilla e o Italsystem (importados). São motores projetados para competições de kart, sua durabilidade é bem menor que os motores 4 tempos e geram algo em torno de 30 a 35hps. Em paralelo a estes modelos, existe os motores Rotax. Esta empresa, originária do setor aeronáutico, desenvolveu um equipamento diferenciado para kart, que une a potência dos motores 2 tempos, com uma excelente durabilidade, conseguida com a utilizações de tecnologias e materiais mais modernos em sua fabricação. Porém este equilíbrio tem uma consequência, o preço do equipamento, conforme será apresentado abaixo.
Agora, se você já é bem experiente e quer desenvolver reflexos ao nível de pilotos de Formula 1, seu equipamento deve ser um Shifter. Além do chassis especial, com freios também nas rodas dianteiras, o motor é fabricado especialmente para os karts e possuem caixa de marchas de 6 velocidades. A potência deste motor pode chegar a aproximadamente 45hps e andar rápido é algo difícil até mesmo para pilotos muito experientes.
Apresento abaixo uma tabela comparativa dos motores mais populares utilizados em kart:

CATEGORIA
MARCAS
CICLO
POTÊNCIA
CUSTO AQUISIÇÃO
DURABILIDADE
CUSTO MÉDIO MANUTENÇÃO
F4
Honda , Fortex
4 tempos
13hps (original), 18hps (preparação CBA)
R$3.000,00 a
R$4.500,00
25 horas de uso entre revisões do motor preparado para 18hps. Mais potência, menos tempo entre revisões
R$500,00, considerando que não ocorreu quebra ou dano na estrutura do motor.
Junior, Graduados, Senior.
KTT, Parilla, Italsystem
2 tempos
30 a 35 hps
R$7.000,00 a
R$10.000,00
4 horas entre revisões.
R$1.500,00, considerando que não ocorreu quebra ou dano da estrutura do motor.
Rotax Max
Rotax
2 tempos
30 hps
R$17.000,00
25 horas entre revisões, realizadas apenas com revendedor credenciado
R$1.500,00 a primeira revisão, R$4.000,00 a segunda revisão (50 horas).
Shifter
Parilla, TM Racing
2 tempos
40 a 45 hps
R$17.000,00
8 horas entre revisões
R$3.000,00 (estimado)

Além dos custos apresentados para manutenção do motor do kart, há o custo de manutenção do equipamento como um todo para participação de treinos e corridas.
Um jogo de pneus novos MG Vermelho custa aproximadamente R$630,00 e dura entre 5 e 6 treinos, considerando 1 hora na pista em cada treino. esse é o tempo médio que tem durado meus treinos nos finais de semana. Pneus mais macios duram menos e custam mais caros. Para uma corrida, sempre se utiliza pneus novos no treino de classificação, para obter o melhor desempenho do kart, mas em treinos isso não é necessário. Então, há um comercio de pneus usados entre pilotos e equipes que competem profissionalmente e estão sempre utilizando pneus novos, e pilotos que estão apenas treinando, sendo possível encontrar pneus com meia vida por menos da metade do preço. Estes pneus usados também são comercializados em algumas lojas de peças para kart e são um alivio nos custos.
O custo com gasolina não chega a ser significante, sendo de aproximadamente R$40,00 de gasolina podium por treino. Para os motores de 2 tempos, é necessário ainda o consumo de óleo junto da, em proporção de aproximadamente 1:30 (ou 3,33%, variando de acordo com o fabricante do motor), o que significa, 1 litro de óleo 2 tempos para cada 30 litros de gasolina. Utiliza-se o óleo Motul Kart, que custa aproximadamente R$100,00/litro.

Aluguel de pista: os valores de aluguel de pistas variam de acordo com a categoria em alguns kartódromos e com a quantidade de pilotos por kart em outros. O valor médio é aproximadamente o mesmo. Segue abaixo os valores para os principais kartódromos de São Paulo.
Kartódromo Granja Viana: devido ao grande movimento nesta pista, há uma tabela de horários e valores disponíveis, que pode ser consultada diretamente no site do kartódromo através do link http://www.kartodromogranjaviana.com.br/resultados/tabela-de-treinos-livres.php . Os valores são de R$50,00 para categorias cadete, mirim, micro max e mini max (infantil e infato-juvenil) durante a semana, R$75,00 para demais categorias durante a semana, e R$80,00 para todos no final de semana.
Kartódromo Aldeia da Serra: é cobrado R$150,00 para treinos de adultos e R$120,00 no treino para kart infantil (categoria cadete e mirim), podendo treinar até 2 pilotos no mesmo kart por este valor. A disponibilidade da pista para treino está divulgada no site e pode ser vista no seguinte link: http://www.kartodromoaldeiadaserra.com.br/horarios-funcionamento/.
Kartódromo de Interlagos: Os valores neste kartódromo variam de R$60,00 nas categorias infantis durante a semana a R$80,00 para categorias adulto, não havendo diferença nos finais de semana. A tabela de disponibilidade está disponível no seguinte link: http://www.kartodromogranjaviana.com.br/interlagos/.

Apoio de pista e garagem para o kart: este é um fator muito particular a cada kartista, pois varia de acordo com os seus conhecimentos de mecânica e disponibilidade para trabalhar no kart, vagas na garagem de casa/apartamento. Você pode manter seu kart em casa e, com uma carretinha ou camionete, levar ao kartódromo apenas nos dias de treino; alugar uma garagem no kartódromo só para você (opção mais cara ao meu ver) ou deixar o kart aos cuidados de um mecânico especializado, que armazenará seu kart junto de outros e realizará a manutenção necessária, além de ser seu apoio de pista nos dias de treinos e corridas. Cada opção vai depender de sua disponibilidade ou dos custos no kartódromo de sua preferência. Como referência, para deixar o kart no kartódromo aos cuidados de um bom mecânico e ter o conforto de poder chegar pra treinar sem ter que fazer uma mudança todo final de semana, o investimento é de aproximadamente R$500,00/mês, variando de acordo com profissional.

Sugestões: se você anda de kart amador, participa de campeonatos amadores e quer começar a treinar com kart próprio, minha sugestão é comprar um equipamento usado, com chassi 2013 ou mais novo e motor Honda GX390 preparado CBA (18hps). O mais importante nesse momento será ter o máximo de quilometragem na pista e esse equipamento vai te proporcionar isso. Compare os tempos com os companheiros de treino e tente estar sempre entre os melhores em todas as variações de pista, sempre verificando se o equipamento do amigo está dentro dos regulamento oficiais ou não. Arrisque mudanças de setup, entenda o que está acontecendo com o kart para corrigir e aprimore suas técnicas de pilotagem. Com este equipamento, você poderá também participar de corridas amadoras e profissionais, com baixo investimento e boa competitividade. Se o futuro lhe parecer promissor, então invista em equipamentos melhores e siga seu caminho de vitórias.

10ª etapa Asseka 2016

Postei hoje meu vídeo onboard da 10ª etapa da Asseka 2016. A disputa foi interessante com meu amigo Valdir.
Parabéns ao Cristian Petcov, campeão 2016 da Asseka. E em 2017 estaremos de volta nesse campeonato para tentar classificação para o título.


Abraço!

Kart Buzz

Olá pessoal. Agora vou escrever também para o Kart Buzz, do meu amigo Bruno Escarim. Quinzenalmente, às quartas-feiras, haverá sempre um novo texto lá, que também vou publicar aqui. O blog continua ativo com outras postagens, então, acompanha aqui e confira lá também. www.kartbuzz.com.br

Telemetria no Kart Amador

Novas tecnologias nos permitem mais informações de pista e de desempenho, porém no kart amador, não há como instalar equipamentos complexos antes de cada corrida. Com maior acessibilidade aos Smartphones e GPS's surgiram aplicativos para diversas plataformas com o objetivo de monitorar o desempenho na pista.

Coloco em meus vídeos os dados que gravo durante meus treinos e corridas e, como muitos já me perguntaram, vou apresentar a vocês os recursos que utilizo e as alternativas.


As informações obtidas com um sistema de telemetria por GPS são limitadas, porém valiosas. Com informações como tempo de volta, aceleração e desaceleração, e velocidade, podemos comparar as melhores voltas de treinos e corridas, tendo obter a volta ideal. Apresento abaixo dois dos aplicativos que considero os melhores, com bom custo x benefício, mas existem muitos outros que fazem o mesmo tipo de coleta de dados, vai de cada uma aquele que melhor se adapta.

RaceChrono: Desenvolvido apenas para Android, esse aplicativo está disponível na Google Play nas versões gratuita (apenas para teste) e Pro, paga e com o recurso de gravação em vídeo. É muito completo, tendo como opção a gravação dos dados com o GPS interno ou Bluetooth, registro de vídeo pela câmera do smartphone ou sincronizado com câmeras externas (GoPro, por exemplo), sendo que se realizado a captura de imagens através do mesmos, os dados no vídeo são sincronizados automaticamente.

TrackAddict: Opção muito semelhante ao RaceChrono, o TrackAddict tem como vantagem a disponibilidade para iOS. Os recursos são muito semelhantes, tendo as opções de pista, sincronização e filmagem muito semelhantes.

Se você já utilizou algum destes, mas não gostou muito dos dados porque a pista ficou "quadrada" e os gráficos com pouca informação, você está certo. Os GPSs internos do celular possui uma taxa de atualização da localização de 1Hz, o que significa que a posição na pista é atualizada 1 vez a cada segundo. A distância entre estes pontos é tratado como uma linha reta, perdendo muito da acuracidade das informações. Imagine que em uma volta de 50 segundos, seriam coletados apenas 50 pontos de medição, muito pouco quando buscamos melhorias de 0,5 segundos por volta ou menos. Para melhorar essa informação é necessário a utilização de um GPS externo e de maior frequência, Veja abaixo alguns modelos:

Qstarz: fabricante de diversos gadgets de rastreamento e localização, a Qstarz possui uma linha de produtos para o esporte a motor, os modelos BT-Q818XT, BT-Q100EX e LT-Q6000. Seu principal diferencial é a taxa de atualização de 10Hz, ou seja, a posição na pista é atualizada 10 vezes por segundo, coletando 500 pontos em uma volta de 50 segundos. Com essa quantidade de informações temos uma precisão muito maior. O problema destes aparelhos é que são compatíveis apenas com smartphones Android e não são vendidos oficialmente no Brasil, sendo necessário importação independente para ter um destes.

Garmin GLO: com funcionamento semelhante ao Qstarz BT-Q818XT, o equipamento da famosa fabricante de GPS's tem como vantagem sua possibilidade de sincronizar por Bluetooth com os aparelhos da Apple, devido à confiabilidade da marca. O preço, no entanto é significativamente maior e os resultados muito semelhantes ao concorrente, além de também não serem oficialmente importados para o Brasil.

Existem ainda outros equipamentos mais profissionais, como por exemplo o Alfano, Mychrono, entre outros, que possuem além das informações de GPS, muitas outras informações do veículo, porém, como o objetivo deste post é mostrar as soluções para o kart amador (rental), estes equipamentos não se encaixam.

Por final, deixo abaixo dois prints  de tela do aplicativo RaceChrono para mostrar as diferenças de visualização do traçado com o aplicativo funcionando com o GPS interno do celular (1Hz) e com o Qstarz BT-Q818XT em 10Hz. As cores no traçado representam a velocidade,na qual quanto mais próximo de verde, mais rápido, sendo amarelo e posteriormente vermelho, as passagem mais lentas. O gráfico do aplicativo permite diversas análises de velocidade, acelerações longitudinal e lateral, gap do tempo de duas voltas comparadas, permitindo uma análise comparativa para saber a melhor passagem em determinado trecho e assim determinar sua volta ideal, com a combinação das melhores passagens.


Captura de dados em 1Hz (esquerda) comparado com os dados a 10Hz (direita)
Espero ter passado a vocês um pouco sobre essa tecnologia que auxilia muito na pista e que pode trazer uma compreensão muito maior sobre a pilotagem e como ganhar tempo na pista. O investimento em um equipamento para melhores dados vale muito a pena! Se você gostou e quer saber mais, deixe seu comentário ou entre em contato comigo pelas redes sociais.

Kart F4 - Em Detalhes

Nos últimos anos é notório no meio do kartismo o crescimento do Kart Amador. Campeonatos de corridas curtas, campeonatos endurance, corridas especiais, karts especiais, tudo isso está movimentando um grande mercado e o melhor de tudo, promovendo esse esporte que tanto amamos.

O passo inicial para quem quer sair dos karts de aluguel e começar a competir mais profissionalmente é seguir para a F-4, também conhecida como F400 ou Fórmula 400. Mas afinal, o que é essa categoria? Quais as diferenças para o kart rental?

Reconhece essa tampinha vermelha?
Motor: a principal diferença para os kart 125cc (2 tempos) é justamente a maior semelhança com os karts rental (indoor ou amador, como preferirem). A maioria dos campeonatos de F-4 utiliza o motor Honda GX 390, os mesmos utilizados nos karts 13hp, com algum tipo de preparação, que fazem o mesmo render entre 18 e 21hps. Seu projeto original foi concebido para utilização em equipamentos estacionários, como geradores, bombas d'água, cortador de grama, entre outros equipamentos nos quais a rotação do motor é constante, ou seja, sua utilização no kart é uma adaptação, realizada não só no Brasil, mas também em alguns outros países, como EUA, que também utiliza os motores da marca Briggs & Stratton. Por isso sua durabilidade é muito grande e seu custo é baixo, visto a facilidade na obtenção de peças. Sua rotação é baixa por ser um motor de 4 tempos.
Essa adaptação de motor para o kart ficou tão popular no Brasil que foi homologada pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), tendo regulamento oficial e categoria homologada nos campeonatos federados. Neste regulamento a preparação permitida limita dos motores à potência de 18hps. Caso tenha curiosidade, segue link para o Regulamento Nacinal de Kart da CBA:


Chassis: neste ponto encontra-se a maior diferença entre os karts rental e o F4. O primeiro possui um chassi fabricado com tubos de aço carbono, tipo mais comum, bem resistente, porém mais pesado do que os tubos de aço liga cromo molibdênio, utilizado no chassis dos kart profissionais. Com isso, o F4 é mais rápido em curvas, frenagens e acelerações, aproveitando melhor a potência do motor.
A ausência dos "borrachões" ajuda no menor peso. As carenagens plásticas passam a fazer mais diferença no desempenho, uma vez que, com velocidades maiores, a aerodinâmica passa a ser mais importante. A estrutura não é tão reforçada e o banco não possui regulagem de distância. Como o peso do piloto representa em média 70% do peso total do conjunto, a posição do piloto define a distribuição de peso, o banco deve ser mantido na posição original, alterando a posição do volante e dos pedais para adequar ao piloto.

Chassis de kart profissional. Menos estrutura tubular e mais leve só é possível pela utilização da aço com liga de Cromo Molibdênio. Repare que na proximidade do banco, próximo às pernas há apenas um tubo para estrutura longitudinal.
Estrutura mais robusta é necessária para suportar o uso severo característico do kart de aluguel. Perceba que na região das pernas há dois tubos fazendo a estrutura longitudinal.

A característica que mais gosto e que torna a experiência de ter um kart próprio mais diferenciada são as opções de setup. Vou escrever um post apenas sobre isso futuramente, mas acreditem, apesar da simplicidade, aquela máquina tem muita coisa pra ser trabalhada e melhorada.

Freio: em continuidade às diferenças de chassi, achei interessante separar a diferença nos freios. O kart rental tem freio acionado por cabo de aço. Funciona com características muito semelhantes a um freio de bicicleta, porém proporcional ao veículo. O freio é a disco na roda traseira e o disco é sólido. Já o chassi profissional tem freio hidráulico (alguns modelos utilizam cabo entre o pedal e o cilindro mestre de freio, ou burrinho de freio, mas não se considera que este sistema seja por cabo). O disco fica na roda traseira e é ventilado e a capacidade de frenagem é muito maior e é necessário uma sensibilidade muito maior no pé esquerdo.

Pneus: componente de grande importância no automobilismo como um todo, os pneus dos karts profissionais e rental são iguais na dianteira, porém maiores na traseira dos F4. Veja abaixo comparativo de medidas:

F4 - Medidas: 10 x 4.60 - 5 (dianteira) e 11 x 7.10 - 5 (traseira)
Indoor - Medidas: 10 x 4.60 - 5 (dianteira) e 11 x 6.00 - 5 (traseira)

O composto de borracha utilizada também é diferente, sendo utilizado borrachas mais macias nos karts profissionais, pois prioriza-se o desempenho. Visando maior durabilidade e menor custo, o rental utiliza pneus mais duros. Alguns kartódromos dispões de frotas especiais, como no caso do Kartódromo Aldeia da Serra, os quais utilizam pneus nas mesmas medidas que os profissionais, proporcionando maior aderência e desempenho. As diferenças são perceptíveis.

Segue abaixo um vídeo que fiz no Kartódromo Aldeia da Serra para comparativo entre os karts. A diferença das volta é em média de 7 segundos,



Bom, espero ter esclarecido um pouco sobre as diferenças e orientar um pouco aqueles que têm dúvidas se vale ou não a pena comprar um kart F4.

Até a próxima!



Kart bom e kart ruim!

Um dos maiores motivos de discussão e "mimimi" nos campeonatos de kart amador é a diferença existente entre os karts. Mas você já se perguntou onde está essa diferença? De quanto é essa diferença? Por que mesmo nos melhores kartódromos essa diferença ocorre, em kart que recebem boa manutenção?

Bom vou tentar aqui elucidar um pouco sobre essas diferenças.

Carburador Honda padrão para motor GX 390 (13Hp)
A Carburação: não sei se é de conhecimento de todos, mas os karts são carburados. A mistura e dosagem de ar e combustível é feita por carburador, ou seja, é totalmente mecânico e depende de regulagem mecânica para correção das quantidade de combustível na mistura. Um kart bem carburado, obviamente, terá melhor desempenho. Se a estiver mistura rica (muito combustível) ou pobre (pouco combustível) terá um desempenho pior. Quem tem kart próprio, principalmente kart 2 tempos, sabe da importância de acertar a carburação. A mudança de desempenho é tão significativa que chega-se ao ponto de mexer na carburação entre os trechos de miolo e reta. Essa modificação na dosagem do combustível é feita abrindo ou fechando as agulhas do carburador. No kart rental, essa variação na carburação e consequente diferença de equipamento pode acontecer se, por exemplo, os testes de equalização forem realizado durante uma tarde quente e a corrida for disputada à noite, com queda da temperatura.
Escapamento original motor Honda GX 390 (13hp)

O Escapamento: por mais simples que se pareça, o escapamento tem uma grande influência no setup
é mais importante e mais difícil de ser encontrado. Devido às características deste motor, o escapamento é a única coisa que impede a saída dos gases da câmara de combustão. Para quantificar essa diferença, gostaria de dar o exemplo de um teste que realizei em meu kart. Tenho um Bravar 2014 com motor Honda GX390 preparado dentro do regulamento da CBA para este tipo de motores, gerando 18hps, aproximadamente. Utilizo um escapamento com ponteira de duas saídas, conforme ilustrado na figura 1, abaixo, e do modelo mais curto. Trocamos por um escape de saída simples e aproximadamente 5cm mais longo, ilustrado pela figura 2. Com esta mudança, tivemos uma perda de 500rpm no final de reta e, devido ao traçado que estávamos treinando no dia, uma perda de no mínimo 0,5s por volta. Poderia ter melhorado o desempenho, com mais retomada, o que seria melhor em pistas mais travadas, porém o resultado não foi esse.
Escapamento para karts 2 e 4 tempos
desempenho do kart. Este componente influencia diretamente na velocidade de saída dos gases resultantes da combustão. Um escapamento mais restritivo (mais longo, mais fino, com muitas curvas e abafador) dificulta a saída dos gases, gerando maior contrapressão na câmara de combustão. Você pode se perguntar "mas aumentar a taxa de compressão não gera mais potência?". A questão aqui não é aumento da taxa de compressão, o que obtemos normalmente com trabalho no cabeçote do motor, mas sim de restrição à saída dos gases. Outra pergunta que pode surgir é: "então o melhor é tirar completamente o escapamento?" Não. A contrapressão é fundamental para o funcionamento do motor. Sem ela a mistura de ar-combustível que deveria ficar na câmara de combustão antes do fechamento das válvulas pode passar direto, da admissão para o escape, deixando menos mistura na câmara e, por consequência, gerando menos potência. O ideal é encontrar o equilíbrio entre o mínimo de restrição à saída dos gases e o máximo de contrapressão. No caso de motores 2 tempos, esse

Os Pneus: um dos componentes mais importantes de todos os veículos de competição terrestre, uma diferença de pressão e desgaste de pneus faz muita diferença no desempenho dos karts. O básico é sempre saber se não estão muito vazios, com aquela tradicional verificação com os pés ou com as mãos antes de entrar no kart de aluguel. No kart próprio, a verificação tem que ser com o medidor adequado. O medidor de pressão dos pneus é ítem fundamental para quem tem um kart, deveria vir junto com ele, se você tem seu kart e não tem como medir a pressão dos pneus na pista, compre um medidor hoje! Mas não é só com pressão baixa que se perde desempenho. pressões muito altas também reduzem a aderência, e por consequência, perde-se tempo de volta. Outro ponto é que a perda de aderência com o desgaste não e linear. Ficou confuso? Vou tentar explicar: a aderência dos pneus nos primeiros 50% de vida útil é muito maior que a no 50% final. Um pneu pouco usado pode ser de 0,5 a 1,0s mais rápido que o pneu com 40% de borracha ainda, mesmo que, um pneu com 40% de borracha ainda tem uma boa vida útil.

Bom pessoal, com isso espero esclarecer alguns dos detalhes e motivos pelos quais ocorrem as diferenças nos karts. Um bom piloto para equalizar os kart é fundamental, mas essa atividade toma tempo e as mudanças na pista durante as baterias acabam por modificar essa equalização.

Para termos uma referência, segue abaixo uma montagem que fiz com alguns dos vídeos onboard em diferentes ocasiões no ano de 2016 no kartódromo de Interlagos. Utilizo este kartódromo como referência apenas por ser onde mais andei este ano! A organização do kartódromo, na minha opinião, é excelente e o pessoal lá faz um trabalho pesado para equalizar os kart, tanto que as diferenças são pequenas, nas casa de 3 a 4km/h, mas que fazem diferença durante a corrida. O segredo é saber lidar com o kart para tirar o máximo.


Kart - Início

Após alguns anos sem postar nada neste blog, resolvi começar a produzir algum conteúdo de coisas que gosto aqui no blog. E o melhor assunto para retomar, não tenho dúvidas que é o kart.
Vou postar aqui no blog, sem compromisso, alguns artigos sobre kart, com dicas de setup, pilotagem, vídeos das corridas e, quando for o caso, resultados.
Gostaria de começar falando do Campeonato Asseka (www.asseka.com.br), muito bem organizado pelo Bruno Scarim, também idealizador do Podcast Kart Buzz (se você gosta de kart, ouça!).
Comecei a disputar o campeonato este ano. Em um total de 10 etapas, no último dia 15 de outubro foi disputada a 9ª etapa no Kartódromo da Granja Viana.
O traçado desta etapa foi o apresentado abaixo:

Uma das características que a maioria dos pilotos observa neste traçado como o mais importante é: kart com motor ruim não vira bons tempos! Sem mimimi, realmente a subida para embalar para a reta é forte, saindo de uma curva de baixa, ou seja, o motor fazia muita diferença. Infelizmente neste dia, eu não estava com um kart com motor bom, não deu pra fazer milagre, mas foi divertido, e isso é o que realmente importa no esporte. Segue abaixo o meu vídeo onboard desta etapa:



Larguei em 9º. Largada limpa, bem tranquila para kart rental, disputas limpas também. Infelizmente no desenrolar da corrida não consegui manter a posição e terminei em 11º. Reparem como era difícil pra mim acompanhar dos demais na parte de subida. Havia um distanciamento significativo, o que dificultava muito defender as posições no final da reta.
Enfim, corrida legal, boas disputas.
O resultado da corrida foi o seguinte:
*Resultados extraídos de Race Monitor