O banco é mais do que só um acento



Em artigos anteriores aqui do Papo de Box já falamos sobre a importância do posicionamento do banco do kart. Hoje nosso foco será comentar a importância do banco e suas estruturas de suporte para o kart profissional, quando normalmente não se muda a posição do banco, mas sua rigidez e quantidade de apoios mudam o comportamento dinâmico do veículo.

Rigidez do Banco e Suportes

A estrutura do banco e seus suportes de fixação formam uma estrutura que varia sensivelmente a rigidez do chassi. A mudança no material, podendo variar entre fibra de vidro, Kevlar, fibra de carbono ou combinações destes materiais, com variação também por diferentes espessuras das camadas, geram variações na flexibilidade de torção do chassi na parte traseira, já que o próprio assento mudará sua rigidez.



Por exemplo, um assento de fibra de carbono, com a mesma espessura, é três vezes mais rígido em comparação com um de fibra de vidro. Um assento de Kevlar, por outro lado, é muito mais elástico que estes dois materiais. Os custos também devem ser considerados, já que os bancos de fibra de carbono custam pelo menos um dobro de uma fibra de vidro. No Brasil não é muito comum a utilização de bancos de outros materiais que não a fibra de vidro, sendo restrito no regulamento de alguns campeonatos o uso de outros materiais. Mesmo assim, podemos ainda trabalhar essa rigidez do chassi com os suportes.

O banco do kart é fixado ao chassi por 4 parafusos fixados a 4 estruturas soldadas. Com o uso de suportes extras, é possível aumentar a rigidez do chassi em um ou em ambos os lados. Essas estruturas são fixadas nos parafusos dos mancais rolamentos do eixo traseiro, podendo ainda serem rígidas (comprimento fixo), ou reguláveis (comprimento ajustável), possibilitando neste último caso uma pré-carga no chassis, o que gera ainda mais rigidez na estrutura. A pré-carga será obtida mudando o comprimento de suportes de apenas alguns milímetros a mais que a distância entre os orifícios no banco, onde o suporte é fixado e os parafuso dos mancais de rolamento.

À esquerda, indicado pela seta vermelha, suporte de banco sem regulagem para pré tencionamento, conforme modelo mostrado no lado direito da imagem, onde a pré-carga pode ser feita através da sessão rosqueada.


Quais os Efeitos de Cada Mudança?

Quanto mais rígido o chassis, mais rápido será a transferência de carga diagonal entre as rodas. De fato, o peso do piloto, cujo efeito também é amentado pela força lateral centrífuga ao longo de uma curva, é transferido para os pneus traseiros através do banco e seus apoios. Se nenhum suporte estiver presente, o chassi dobrará e, em seguida, somente parte do peso será transferida para os pneus traseiros. Normalmente, é melhor para o desempenho e uma reação mais rápida do kart, uma rápida transferência de peso, o que significa um ter um assento e suportes mais rígidos, porém essa combinação não absorve qualquer irregularidade da superfície da pista.
A rigidez do assento e dos apoios permite que a parte traseira do chassi não flexione demais, então teremos uma boa elevação do pneu traseiro interno durante uma curva. Se o chassi se dobrar demais, ambos os pneus traseiros continuarão a tocar o solo, forçando uma saída de frente.

No lado direito do chassi, sob o assento, sempre temos dois tubos, que não são apenas conectados entre eles pelas peças soldadas, mas também pelo motor. Isso determina o fato de que o lado direito do chassi é mais rígido do que o esquerdo. Atuando no suporte do banco, equilibramos a rigidez no lado esquerdo. Se usarmos um banco muito antigo, fadigado, ou com orifícios muito grandes para os parafusos, teremos um chassi de baixo desempenho. Não há nada pior do que um chassi com o assento solto. Também é inviável tentar mudanças de setup, trabalhando todos os tipos de regulagens, se a área onde a maior parte do peso é concentrada se deforma facilmente em qualquer direção. Por esta razão é extremamente importante manter o assento bem fixado no chassi, com furos bem dimensionados, possivelmente apoiados por arruelas, sendo uma opção colar estas no assento com resina.

Somente quando a aderência é extremamente baixo (na chuva ou em pistas de terra) recomenda-se usar anéis de borracha que absorvem todas as forças sem perder a conexão entre o assento e seus suportes, caso contrário, utilização buchas de Nylon ou até mesmo os suportes presos diretamente no banco.

Com todas essas opções, a melhor solução, embora mais complexa, é ter o assento correto e ajustado para cada condição de pista.

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Fonte
'http://www.kartingmagazine.com/features/technical/tech-talk-choosing-the-right-karting-seat/#
'https://www.tillett.co.uk